quinta-feira, 5 de julho de 2012

Quem sou eu?

É uma "tricky question". Quem sou eu? Não sei bem ainda, mas existem certos aspectos que já nos delimitam com os quais podemos ter uma noção daquilo que não somos. 
Confesso que sou demasiado pensativa e emotiva, vivo muito as coisas que me acontecem e talvez por isso as sofra mais, mas também as "festejo" mais. Hoje é um dia não bom porque tudo se desmorona enquanto eu apenas observo cacos a cair, sem nada fazer. Contudo, estou bem. Talvez um pouco cansada de não saber como ser. Hoje pensei que não sei bem o que sou, mas sei de certeza o que não sou. É nisso mesmo que tenho de trabalhar, aprimorar aquilo que sei que não sou. 
Hoje sei que não sou uma data de coisas e sei que toda a minha estranheza fará de mim um ser especial para alguém que assim me veja. Isso dá-me alento e um nadinha de confiança para acreditar. Afinal o que seria eu sem o meu lado ingénuo e sonhador?

terça-feira, 19 de junho de 2012

Black

Não sei que te hei-de chamar. Sim tu, pessoa energúmena que não gosta de si própria. Não sei realmente. Criança inocente que em tudo acredita e só se magoa. Pára por favor. Cabeça, manda nesta menina que ela não tem emenda. Manda-a fazer o que tem de ser feito e não o que ela quer. Age, age rápido. Porque o pouco que dela resta está a desaparecer. A razão perdeu-lhe o cheiro, está sozinha, friorenta, doente. Triste pessoa, já não me rio dela nem a critico, só peço para não deixar de existir nem ficar apática. Lê quantos textos escreveste, era isto que querias? Estás feliz? Não, então acorda, já chega de fantasia.

domingo, 17 de junho de 2012

Defeitos

Devo confessar que já me incomodou mais o final. Um dos defeitos que eu encontro em mim é gostar de estar antes da acção, antecipar todas as suas probabilidades para que me possa das mesmas proteger. Certo é que nunca estamos realmente preparados quando confiamos e é portanto legítimo dizer que uma vez que a confiança foi traída posso estender agora uma toalha de oportunidades onde acredito que já tudo espero. Tudo menos aquilo que quero. Então penso, negativa, porque custa menos, a meu ver, se me for já protegendo. Será adequado? Não, de todo. Gosto particularmente de acreditar no impossível e de me atirar de cabeça. Mas nem com todas as pessoas podemos fazê-lo e, por isso, não o posso mais fazer contigo, enquanto não trabalhares para a reconquistar. Contudo, sei já que não o vais fazer e eu apenas tenho que meter na cabeça de uma vez por todas que és assim e nunca vais mudar por mim. Serei sempre aquele vaso frágil que adoras partir e colar os cacos.
Já foi mais difícil aceitá-lo. Agora faço-me amiga do tempo e espero.
E aguardo, impaciente mas quieta. Esperando a má notícia que talvez me faça verter um pouco. Mas depois da primeira queda, a segunda já não é de cabeça.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Smerls

Existem dias em que nos sentimos tão seguros de nós e outros em que as questões existenciais no avassalam. Não sei se caminho na direcção certa ou para um abismo. Não consigo ter força para dizer que estou aqui, olhem para mim, sou alguém, tenho opinião. Simplesmente deixo as coisas acontecerem e vivo com as suas consequências.
Indo direita ao assunto e porque com este blog procuro ser menos introspectiva e mais "deita cá para fora", parece que perdi gente pelo caminho. Boa gente creio eu. Não sei bem como... Sei que me vejo aqui, sem ninguém com quem falar e sem alguém que queira saber se estou bem. Ainda há poucos meses parecia ter tudo já um tanto ou quanto mal colado, mas lá se ia construindo de novo a minha casinha. Agora parece que retrocedi à estaca zero. Não sei se sou eu que erro ou os outros, mas o ter saudade devia de partir também dos outros. Parece que o não sentem e a pessoa que com quem mais estou é aquela que menos parece querer estar comigo. 
É por isso que não tenho vontade de me esforçar para as coisas. Não quero favores, quero apenas sentir que a minha companhia deixa saudade.


É bom não ter leitores conhecidos porque posso escrever o que eu quiser sem ser julgada. Contudo, peço desculpa aos desconhecidos porque os meus blogs são mesmo um de mim para mim que precisa de se expressar de qualquer forma.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Acorda

Não me lembro às vezes de que sou feita. Carne e osso, pedra ou água. 
Sei, contudo, que o buraco negro que há em mim é de uma escuridão consciente e amável embora não pareça pelo exterior, a olho nú.
Há dias apercebi-me de algo que há muito pensava que tinha ultrapassado: a marca que deixo em cada um. Não deixo, simplesmente, em quase ninguém. Confesso que me invadiu uma certa melancolia pois pensava eu ter combatido até com sucesso essa minha faceta. Mas não, pensei em vão. O certo é que continuo um pouco igual nesse sentido, invisível para muitos, e sentida por poucos. Talvez seja sina minha a pouca ou nenhuma presença, mas também é isso mesmo que me define e talvez me conceda alguma especialidade. Ou talvez seja apenas o meu karma porque em determinada situação me apagaram da linha temporal. Seja o que for, não deixa de ter sido uma valente chapada na cara, que me disse "Acorda, ninguém se vai lembrar de ti."
Dito assim até parece que não valorizo os poucos, mas bons, valorizo sim, mais que muito. Só que ao fim de tantos anos continuo no anonimato extremo e de vez em quando, seja porque razão for, gostaria de ter nome.

terça-feira, 15 de maio de 2012

O Problema das Palavras

As palavras. O grande problema são sempre as palavras. Nem todos lhes dão a mesma utilidade, o mesmo ênfase. Não posso por isso julgar de igual modo algo completamente diferente.
Por surpresa encontrei velhas palavras de um antigo tu. Palavras que não quis apagar e que, por isso, escrevi para não esquecer. Mas esqueci-me, e elas estiveram este tempo todo debaixo do meu nariz. Reli-as. Mais do que uma vez, mais que duas. 
É engraçado como o teu eu que me mentiu sentia mais vontade de me apalavrar com a insuficiência temporal com que se deparava, do que o teu eu de agora que se propõe honesto, numa segunda hipótese de se redimir.
Juro que às vezes não sei de mim. Esta coisa de querer algo que todos dizem que é fantasia, mas que quero acreditar que existe, transforma-me numa demente. 
Se por um lado tenho falta de me encher de tais palavras, por outro só as quero se as usares como eu as uso, com honestidade. Mas a honestidade hoje em dia entrou em desuso, talvez esteja "demodê".
Eu que tenho que dar palavras a uma pessoa tão especial não sei quais usar porque para mim têm de ser as mais sinceras do mundo e lindas à mesma. Não vão ser as melhores porque um infortúnio em mim construíste, mas vão ser fruto de uma dura remodelação, um pouco calejada depois de ter lido o que é para ti um Tudo e um Tanto Faz...

domingo, 13 de maio de 2012

Eu Canto

Confesso que tenho a mania particular de viver no "meu mundinho" um tanto ou quanto à parte. Não é que queira de algum modo ser lunática nem nada que se pareça, mas gosto de aproveitar aquilo que há de bom na vida. Há muito mais do que aquilo que o olho comum vê.
Talvez pelo facto de ter este pensamento transformo-me nalguma coisa vulnerável, mas não é por isso que me deixo abater e transformar numa ovelha igual às restantes. Não. No meu estruturado pensamento esta minha maneira de ser faz-me sentir bem, sou eu em qualquer momento e com qualquer pessoa. Revoltam-me todos aqueles que não respeitam mais ninguém e sim, não gosto de ficar com coisas por dizer. 
Talvez o que lhes falta é cantarem de vez em quando para si mesmos porque às vezes essa maluquice pode ser a coisa mais consciente e reconfortante.

terça-feira, 1 de maio de 2012

A Trança

Indago-me com o seguinte: qual será a trança apropriada?
É uma questão interessante porque por muito que eu ame todo este meio a verdade é que na altura de escolher meto os pés pelas mãos e já de nada sei. Começando por ser um assunto frívolo não o é. É tudo, é o primeiro contacto, é o que pode ou não encaixar-nos, é o que vamos revelar. 
Não sei bem qual será mais própria que tantas outras, a que se destaque à distância e me acene firmemente... não, na verdade não a vejo sequer ao longe e já não é a miopia o problema. É muito mais que isso.
É uma questão de estar, de sentir, de construir. E, portanto, não pode ser uma trança tem de ser "A Trança". Será um elemento identificativo e marcante em concordância com o dia em si mesmo. 
Será esse mesmo dia que marcará o fim de muitas etapas e envergaremos a mais bela trança de todos os tempos, a essência da verdadeira Trança.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

As minhas fantasias são inconcretizáveis e as coisas normais não assentam em nenhum patamar em mim desenhado. Falta-me aquela borboleta no estômago. Falta-me aquela loucura que já tive, falta-me a aventura, falta-me a entrega.
Falta-me essencialmente pensar em mim. Nem todos podemos ser compreensíveis e há que aceitar o que eu não aceito: há gente boa e má e pelo meio há gente com atitudes menos boas. Nunca tinha considerado este patamar, mas ele existe e afirma-se com convicção. Menosprezei-o e hoje vejo que é tão ou mais visível que o lado bom. Talvez seja apenas uma doce utopia, mas gostava tanto que o ego não reinasse tanto.
Sinto-me uma maluquinha a conjugar verbos burlescos nas frases mais irrisórias ninguém se ocupa a pensar isto. Simplesmente aceitam o dito normal. Isto para mim não é normal. Contudo, não há grande solução. Parte um tanto ou quanto de cada um e sinceramente espero apenas que as minhas futuras criaturas sejam sempre melhores pessoas que eu própria. Ainda mais sinceras, ainda mais utópicas.

sábado, 28 de abril de 2012

Fora do Tempo

Sou uma pessoa muito problemática. Para mim o meu maior defeito é pensar. Pior que isso mesmo é sentir a necessidade de escrever o que penso, parece que as palavras se tornam menos pesadas e o pensamento estrutura-se no meio das orações. 
Calculo que, visto de fora, todas as coisas nos pareçam tão acessíveis e fáceis de solucionar. Contudo, sabemos bem que cá dentro o mesmo não se passa. Pergunto-me até que ponto nos conseguimos levar? Como? Com que meios? Até que ponto sabemos que gostamos de nós e quando é que não sabemos? O que define ou nos insinua que estamos no limiar do eu maligno? 
Isto lembra-me ainda outra pergunta: que defeitos vemos nós em nós? Certamente não os mesmos que os outros, ou nem todos. Estas questões inquietam-me porque não consigo decifrá-las, parecem códigos. E eu que acredito em tanta coisa pareço ter deixado de me responder a questões desta natureza com utopias lindas e românticas, tipicamente do século XIX. Talvez seja apenas uma rapariga fora de seu tempo.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Triângulo

Sinto-me parte de um triângulo. Sou um dos bicos pontiagudos. Por muito que me digam o contrário é a forma como me vejo e que me revolta. Será que as pessoas são assim tão cegas? Ou fingem a cegueira?
Irritam-me falsas inocências e palavras que são ainda menos que o ar, de nada valem. Irrita-me ainda mais ter que ouvi-las e por vezes fingir também eu que não vejo. Mas vejo, vejo muito bem.
Hoje estou naqueles dias em que tudo é claro e as palavras que receiam estou eu a proferi-las. Tapem os ouvidos se não as querem ouvir, hoje esta boca não calo.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

O Bicho

Hoje é daqueles dias em que a melhor actividade é não ter nenhuma. Esconder-me do frio debaixo de uma manta e desligar a ficha que me mantém ligada à realidade. Hoje estou naqueles dias em que um problema não me deixou dormir. Está pendente e enquanto não resolvido não me deixa descansar. 
Talvez esteja a dar um ênfase que não precisa, mas julgo-o ser decisivo.
Chama-se a problemática do começar do zero, que nunca é um zero porque houve sempre razões que fizeram a contagem parar. Embora tente ser compreensiva há sempre aquele bichinho em mim e que quando a coisa azeda morde-me e diz-me "fui eu". Quero matar o bichinho, mas ele existe desde o momento em que recomecei a contagem. A questão é: será esta contagem uma soma ou uma subtracção?

quarta-feira, 25 de abril de 2012

O Primeiro

A criação deste segundo blog teve uma ideia, ou melhor, uma necessidade de uma escrita diferente, mais rotineira, embora continue de um eu para um eu. 
Às vezes dou comigo a roer assuntos que não precisam tanto da estruturação equilibrada do pensamento de escrita, mas tão-só de uma escrita "falada". Como hoje... dias como o de hoje nos quais me deparo com situações que me incomodam e perturbam. 
Temática do dia: Poderemos continuar amigos dos nossos ex-namorados?
Esta questão incomoda-me e penso bastante sobre ela. Faz-me confusão que digam que sim quando eu sinto que existe ainda algumas emoções que fervilham, aquelas que tiveram lugar num determinado período de tempo. Faz-nos recordar por muito que se não queira. Devo dizer que me incomoda. Mesmo que seja um  passado, é um presente porque nos lembra o antigamente. É um presente passado. Dicotomia do momento. 
Não acredito que seja possível ter uma amizade dita "normal" porque há sempre um qualquer coisa... chamado passado.