Sou uma pessoa muito problemática. Para mim o meu maior defeito é pensar. Pior que isso mesmo é sentir a necessidade de escrever o que penso, parece que as palavras se tornam menos pesadas e o pensamento estrutura-se no meio das orações.
Calculo que, visto de fora, todas as coisas nos pareçam tão acessíveis e fáceis de solucionar. Contudo, sabemos bem que cá dentro o mesmo não se passa. Pergunto-me até que ponto nos conseguimos levar? Como? Com que meios? Até que ponto sabemos que gostamos de nós e quando é que não sabemos? O que define ou nos insinua que estamos no limiar do eu maligno?
Isto lembra-me ainda outra pergunta: que defeitos vemos nós em nós? Certamente não os mesmos que os outros, ou nem todos. Estas questões inquietam-me porque não consigo decifrá-las, parecem códigos. E eu que acredito em tanta coisa pareço ter deixado de me responder a questões desta natureza com utopias lindas e românticas, tipicamente do século XIX. Talvez seja apenas uma rapariga fora de seu tempo.
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