As minhas fantasias são inconcretizáveis e as coisas normais não assentam em nenhum patamar em mim desenhado. Falta-me aquela borboleta no estômago. Falta-me aquela loucura que já tive, falta-me a aventura, falta-me a entrega.
Falta-me essencialmente pensar em mim. Nem todos podemos ser compreensíveis e há que aceitar o que eu não aceito: há gente boa e má e pelo meio há gente com atitudes menos boas. Nunca tinha considerado este patamar, mas ele existe e afirma-se com convicção. Menosprezei-o e hoje vejo que é tão ou mais visível que o lado bom. Talvez seja apenas uma doce utopia, mas gostava tanto que o ego não reinasse tanto.
Sinto-me uma maluquinha a conjugar verbos burlescos nas frases mais irrisórias ninguém se ocupa a pensar isto. Simplesmente aceitam o dito normal. Isto para mim não é normal. Contudo, não há grande solução. Parte um tanto ou quanto de cada um e sinceramente espero apenas que as minhas futuras criaturas sejam sempre melhores pessoas que eu própria. Ainda mais sinceras, ainda mais utópicas.
segunda-feira, 30 de abril de 2012
sábado, 28 de abril de 2012
Fora do Tempo
Sou uma pessoa muito problemática. Para mim o meu maior defeito é pensar. Pior que isso mesmo é sentir a necessidade de escrever o que penso, parece que as palavras se tornam menos pesadas e o pensamento estrutura-se no meio das orações.
Calculo que, visto de fora, todas as coisas nos pareçam tão acessíveis e fáceis de solucionar. Contudo, sabemos bem que cá dentro o mesmo não se passa. Pergunto-me até que ponto nos conseguimos levar? Como? Com que meios? Até que ponto sabemos que gostamos de nós e quando é que não sabemos? O que define ou nos insinua que estamos no limiar do eu maligno?
Isto lembra-me ainda outra pergunta: que defeitos vemos nós em nós? Certamente não os mesmos que os outros, ou nem todos. Estas questões inquietam-me porque não consigo decifrá-las, parecem códigos. E eu que acredito em tanta coisa pareço ter deixado de me responder a questões desta natureza com utopias lindas e românticas, tipicamente do século XIX. Talvez seja apenas uma rapariga fora de seu tempo.
Calculo que, visto de fora, todas as coisas nos pareçam tão acessíveis e fáceis de solucionar. Contudo, sabemos bem que cá dentro o mesmo não se passa. Pergunto-me até que ponto nos conseguimos levar? Como? Com que meios? Até que ponto sabemos que gostamos de nós e quando é que não sabemos? O que define ou nos insinua que estamos no limiar do eu maligno?
Isto lembra-me ainda outra pergunta: que defeitos vemos nós em nós? Certamente não os mesmos que os outros, ou nem todos. Estas questões inquietam-me porque não consigo decifrá-las, parecem códigos. E eu que acredito em tanta coisa pareço ter deixado de me responder a questões desta natureza com utopias lindas e românticas, tipicamente do século XIX. Talvez seja apenas uma rapariga fora de seu tempo.
sexta-feira, 27 de abril de 2012
Triângulo
Sinto-me parte de um triângulo. Sou um dos bicos pontiagudos. Por muito que me digam o contrário é a forma como me vejo e que me revolta. Será que as pessoas são assim tão cegas? Ou fingem a cegueira?
Irritam-me falsas inocências e palavras que são ainda menos que o ar, de nada valem. Irrita-me ainda mais ter que ouvi-las e por vezes fingir também eu que não vejo. Mas vejo, vejo muito bem.
Hoje estou naqueles dias em que tudo é claro e as palavras que receiam estou eu a proferi-las. Tapem os ouvidos se não as querem ouvir, hoje esta boca não calo.
quinta-feira, 26 de abril de 2012
O Bicho
Hoje é daqueles dias em que a melhor actividade é não ter nenhuma. Esconder-me do frio debaixo de uma manta e desligar a ficha que me mantém ligada à realidade. Hoje estou naqueles dias em que um problema não me deixou dormir. Está pendente e enquanto não resolvido não me deixa descansar.
Talvez esteja a dar um ênfase que não precisa, mas julgo-o ser decisivo.
Chama-se a problemática do começar do zero, que nunca é um zero porque houve sempre razões que fizeram a contagem parar. Embora tente ser compreensiva há sempre aquele bichinho em mim e que quando a coisa azeda morde-me e diz-me "fui eu". Quero matar o bichinho, mas ele existe desde o momento em que recomecei a contagem. A questão é: será esta contagem uma soma ou uma subtracção?
Talvez esteja a dar um ênfase que não precisa, mas julgo-o ser decisivo.
Chama-se a problemática do começar do zero, que nunca é um zero porque houve sempre razões que fizeram a contagem parar. Embora tente ser compreensiva há sempre aquele bichinho em mim e que quando a coisa azeda morde-me e diz-me "fui eu". Quero matar o bichinho, mas ele existe desde o momento em que recomecei a contagem. A questão é: será esta contagem uma soma ou uma subtracção?
quarta-feira, 25 de abril de 2012
O Primeiro
A criação deste segundo blog teve uma ideia, ou melhor, uma necessidade de uma escrita diferente, mais rotineira, embora continue de um eu para um eu.
Às vezes dou comigo a roer assuntos que não precisam tanto da estruturação equilibrada do pensamento de escrita, mas tão-só de uma escrita "falada". Como hoje... dias como o de hoje nos quais me deparo com situações que me incomodam e perturbam.
Temática do dia: Poderemos continuar amigos dos nossos ex-namorados?
Esta questão incomoda-me e penso bastante sobre ela. Faz-me confusão que digam que sim quando eu sinto que existe ainda algumas emoções que fervilham, aquelas que tiveram lugar num determinado período de tempo. Faz-nos recordar por muito que se não queira. Devo dizer que me incomoda. Mesmo que seja um passado, é um presente porque nos lembra o antigamente. É um presente passado. Dicotomia do momento.
Não acredito que seja possível ter uma amizade dita "normal" porque há sempre um qualquer coisa... chamado passado.
Às vezes dou comigo a roer assuntos que não precisam tanto da estruturação equilibrada do pensamento de escrita, mas tão-só de uma escrita "falada". Como hoje... dias como o de hoje nos quais me deparo com situações que me incomodam e perturbam.
Temática do dia: Poderemos continuar amigos dos nossos ex-namorados?
Esta questão incomoda-me e penso bastante sobre ela. Faz-me confusão que digam que sim quando eu sinto que existe ainda algumas emoções que fervilham, aquelas que tiveram lugar num determinado período de tempo. Faz-nos recordar por muito que se não queira. Devo dizer que me incomoda. Mesmo que seja um passado, é um presente porque nos lembra o antigamente. É um presente passado. Dicotomia do momento.
Não acredito que seja possível ter uma amizade dita "normal" porque há sempre um qualquer coisa... chamado passado.
Subscrever:
Comentários (Atom)