sábado, 17 de agosto de 2013

Confiança

Talvez as palavras tenham ficado um tanto ou quanto gastas e a sua repetição não implica verdade, corrobora apenas que é uma repetição.
Mas se estas já estão tão vendidas e saturadas como podemos então distingui-las das verdadeiras?
Como posso eu saber se o são?
Uso as palavras como protecção, mas há tanta gente que as usa como espada. Talvez as atitudes possam vir desempatar... sim, as atitudes desempatam muitas palavras duvidosas e, se calhar, está tudo à minha frente e sou eu quem não quer ver.
Será assim tão difícil ser-se sincero? Ser carne ou peixe, mas escolher um lado?
Não percebo... ou se calhar sou eu que sou demasiado complicada, mas este assunto corrói-me. Não sei se hei-de acreditar ou fugir. Não quero deixar-me engolir pelo medo, mas também me sinto de mãos atadas.
Sinto que estou farta de ser esta pessoa e, se o medo me engolir, serei outra. Tenho de ser.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Quem sou eu?

É uma "tricky question". Quem sou eu? Não sei bem ainda, mas existem certos aspectos que já nos delimitam com os quais podemos ter uma noção daquilo que não somos. 
Confesso que sou demasiado pensativa e emotiva, vivo muito as coisas que me acontecem e talvez por isso as sofra mais, mas também as "festejo" mais. Hoje é um dia não bom porque tudo se desmorona enquanto eu apenas observo cacos a cair, sem nada fazer. Contudo, estou bem. Talvez um pouco cansada de não saber como ser. Hoje pensei que não sei bem o que sou, mas sei de certeza o que não sou. É nisso mesmo que tenho de trabalhar, aprimorar aquilo que sei que não sou. 
Hoje sei que não sou uma data de coisas e sei que toda a minha estranheza fará de mim um ser especial para alguém que assim me veja. Isso dá-me alento e um nadinha de confiança para acreditar. Afinal o que seria eu sem o meu lado ingénuo e sonhador?

terça-feira, 19 de junho de 2012

Black

Não sei que te hei-de chamar. Sim tu, pessoa energúmena que não gosta de si própria. Não sei realmente. Criança inocente que em tudo acredita e só se magoa. Pára por favor. Cabeça, manda nesta menina que ela não tem emenda. Manda-a fazer o que tem de ser feito e não o que ela quer. Age, age rápido. Porque o pouco que dela resta está a desaparecer. A razão perdeu-lhe o cheiro, está sozinha, friorenta, doente. Triste pessoa, já não me rio dela nem a critico, só peço para não deixar de existir nem ficar apática. Lê quantos textos escreveste, era isto que querias? Estás feliz? Não, então acorda, já chega de fantasia.

domingo, 17 de junho de 2012

Defeitos

Devo confessar que já me incomodou mais o final. Um dos defeitos que eu encontro em mim é gostar de estar antes da acção, antecipar todas as suas probabilidades para que me possa das mesmas proteger. Certo é que nunca estamos realmente preparados quando confiamos e é portanto legítimo dizer que uma vez que a confiança foi traída posso estender agora uma toalha de oportunidades onde acredito que já tudo espero. Tudo menos aquilo que quero. Então penso, negativa, porque custa menos, a meu ver, se me for já protegendo. Será adequado? Não, de todo. Gosto particularmente de acreditar no impossível e de me atirar de cabeça. Mas nem com todas as pessoas podemos fazê-lo e, por isso, não o posso mais fazer contigo, enquanto não trabalhares para a reconquistar. Contudo, sei já que não o vais fazer e eu apenas tenho que meter na cabeça de uma vez por todas que és assim e nunca vais mudar por mim. Serei sempre aquele vaso frágil que adoras partir e colar os cacos.
Já foi mais difícil aceitá-lo. Agora faço-me amiga do tempo e espero.
E aguardo, impaciente mas quieta. Esperando a má notícia que talvez me faça verter um pouco. Mas depois da primeira queda, a segunda já não é de cabeça.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Smerls

Existem dias em que nos sentimos tão seguros de nós e outros em que as questões existenciais no avassalam. Não sei se caminho na direcção certa ou para um abismo. Não consigo ter força para dizer que estou aqui, olhem para mim, sou alguém, tenho opinião. Simplesmente deixo as coisas acontecerem e vivo com as suas consequências.
Indo direita ao assunto e porque com este blog procuro ser menos introspectiva e mais "deita cá para fora", parece que perdi gente pelo caminho. Boa gente creio eu. Não sei bem como... Sei que me vejo aqui, sem ninguém com quem falar e sem alguém que queira saber se estou bem. Ainda há poucos meses parecia ter tudo já um tanto ou quanto mal colado, mas lá se ia construindo de novo a minha casinha. Agora parece que retrocedi à estaca zero. Não sei se sou eu que erro ou os outros, mas o ter saudade devia de partir também dos outros. Parece que o não sentem e a pessoa que com quem mais estou é aquela que menos parece querer estar comigo. 
É por isso que não tenho vontade de me esforçar para as coisas. Não quero favores, quero apenas sentir que a minha companhia deixa saudade.


É bom não ter leitores conhecidos porque posso escrever o que eu quiser sem ser julgada. Contudo, peço desculpa aos desconhecidos porque os meus blogs são mesmo um de mim para mim que precisa de se expressar de qualquer forma.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Acorda

Não me lembro às vezes de que sou feita. Carne e osso, pedra ou água. 
Sei, contudo, que o buraco negro que há em mim é de uma escuridão consciente e amável embora não pareça pelo exterior, a olho nú.
Há dias apercebi-me de algo que há muito pensava que tinha ultrapassado: a marca que deixo em cada um. Não deixo, simplesmente, em quase ninguém. Confesso que me invadiu uma certa melancolia pois pensava eu ter combatido até com sucesso essa minha faceta. Mas não, pensei em vão. O certo é que continuo um pouco igual nesse sentido, invisível para muitos, e sentida por poucos. Talvez seja sina minha a pouca ou nenhuma presença, mas também é isso mesmo que me define e talvez me conceda alguma especialidade. Ou talvez seja apenas o meu karma porque em determinada situação me apagaram da linha temporal. Seja o que for, não deixa de ter sido uma valente chapada na cara, que me disse "Acorda, ninguém se vai lembrar de ti."
Dito assim até parece que não valorizo os poucos, mas bons, valorizo sim, mais que muito. Só que ao fim de tantos anos continuo no anonimato extremo e de vez em quando, seja porque razão for, gostaria de ter nome.

terça-feira, 15 de maio de 2012

O Problema das Palavras

As palavras. O grande problema são sempre as palavras. Nem todos lhes dão a mesma utilidade, o mesmo ênfase. Não posso por isso julgar de igual modo algo completamente diferente.
Por surpresa encontrei velhas palavras de um antigo tu. Palavras que não quis apagar e que, por isso, escrevi para não esquecer. Mas esqueci-me, e elas estiveram este tempo todo debaixo do meu nariz. Reli-as. Mais do que uma vez, mais que duas. 
É engraçado como o teu eu que me mentiu sentia mais vontade de me apalavrar com a insuficiência temporal com que se deparava, do que o teu eu de agora que se propõe honesto, numa segunda hipótese de se redimir.
Juro que às vezes não sei de mim. Esta coisa de querer algo que todos dizem que é fantasia, mas que quero acreditar que existe, transforma-me numa demente. 
Se por um lado tenho falta de me encher de tais palavras, por outro só as quero se as usares como eu as uso, com honestidade. Mas a honestidade hoje em dia entrou em desuso, talvez esteja "demodê".
Eu que tenho que dar palavras a uma pessoa tão especial não sei quais usar porque para mim têm de ser as mais sinceras do mundo e lindas à mesma. Não vão ser as melhores porque um infortúnio em mim construíste, mas vão ser fruto de uma dura remodelação, um pouco calejada depois de ter lido o que é para ti um Tudo e um Tanto Faz...